Programa

Desenho

Licenciatura Bolonha em Arquitectura Paisagista

Programa

I. O desenho é uma linguagem universal, onde seleccionamos e registamos o que nos desperta mais atenção. Cada pessoa tem o seu modo subjectivo de ver, de memorizar e de representar as coisas, dependendo muito do dom natural que cada um possui para dominar a expressão gráfica. O desenho é uma forma incontornável de expressão e de controlo no discurso da arquitectura paisagista e daí a sua razão de ser na educação desta arte de idealizar e construir trechos do território onde decorre a vida social. Desenhar e idealizar são dons diferentes que se conjugam e completam. O desenho pode ser um acto de registo, de interpretação, de crítica ou de criação com o fim de artealizar a forma, o sentido e a expressão dos sítios, adaptando-os às exigências de funcionalidade e conforto físico e espiritual. Interpretar, compreender, criar e desenhar. Recorre-se ao desenho para: a) Representar os elementos significantes do meio físico dado à intervenção e apontar ideias em processo de planeamento e projecto; b) Fazer a anotação gráfica da interpretação espacial e temporal dos acontecimentos relevantes para o trabalho, avaliando a aplicação ao sítio do programa que instrui a encomenda; c) Observar as correspondências entre o desenho e o conjunto territorial por ele captado e representado; d) Explorar ideias de composição e de soluções construtivas; e) Pormenorizar as soluções construtivas com as indicações necessárias para a boa realização da obra. II. Podemos classificar o desenho técnico em quatro estágios: - O desenho de concepção interpreta o programa e esboça as formas do objecto idealizado. - O desenho de definição explicita e controla os aspectos funcionais. - O desenho de execução apresenta as especificações necessárias à construção. - O desenho de ilustração é uma categoria de desenho que visa antecipar ou, simplesmente sugerir a imagem de uma realidade existente ou idealizada. III. A arquitectura da paisagem é uma arte figurativa. O desenho na obra de arquitectos paisagistas de referência: Le Nôtre, Bridgeman, Kent, Brown, Repton, Paxton, Pückler, Olmsted, Alphand, Lawrence Halprin, Ian McHarg, Bye. O desenho no Parque da Cidade do Porto, no Parque Urbano do Rio Ul e no Passeio Marítimo de Oeiras (com visitas in situ). IV. Os métodos de representação. A representação pelo método de monge. A projecção ortogonal, axionométrica e perspéctica. Perspectivas rigorosas e perspectivas rápidas. A perspectiva com um, dois ou três pontos de fuga. A capacidade criativa, a expressão artística e técnica profissional. Os materiais de desenho — da tradição artesanal às novas tecnologias. Regras do desenho à mão livre. O arquivo de desenhos. Escrita normalizada e legendagem. As bases da geometria descritiva: a) Escala, ampliação e redução, distância e significado; b) Bissectrizes, perpendiculares e paralelas; c) Polígonos, linhas rectas e curvas; d) A oval e o óvulo; e) As cónicas, elipse, circunferência, parábola, hipérbole; f) Espirais, envolventes e curvas cicloidais; g) As projecções. V. A diferença entre desenho arquitectónico, o desenho da paisagem e o design de objectos. a) A função, a forma, a expressão e o sentido. b) Os espaços interiores e exteriores; c) A compartimentação e a composição; d) Os padrões na linguagem das arquitecturas; O desenho de paisagens; o desenho de árvores (a modelação, a compartimentação, a composição e as texturas). VI. No desenho arquitectónico diferenciam-se o desenho de localização, o desenho de conjunto e o desenho de pormenor. Numa outra perspectiva, identifica-se o desenho pragmático que opera na arquitectura popular e que trabalha espontaneamente sobre a diferença e não sobre a repetição; o desenho canónico, que recorre aos métodos de representação da geometria descritiva; e o desenho analógico que transporta formas de um objecto para outro, geralmente num gesto naïf. VII. O curso de desenho de Wassily Kandinsky na Bauhaus. VIII. Cartografia, onde se inclui o desenho topográfico, é uma disciplina autónoma com os seus próprios métodos de desenho. IX. Observação do trabalho de desenho de mestres convidados. X. Exercícios práticos de desenho a desenvolver pelos alunos.